segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Um segundo,

É o tempo de um gesto,

De uma palavra,

De um olhar.

Momento breve,

Instantâneo,

Um simples pulsar.

Mas no entanto,

Mais do que suficiente,

Para nos condenar.

Um minuto,

É longo de mais,

Para esperar,

Rápido em demasia,

Para chegar,

E no entanto,

Pode bem nada valer,

E nem por ele se dar.

Perdendo-o

Como tempo de pensar.

Uma hora,

É uma imensidão,

Para quem está de fora,

Ou no meio da multidão.

Pode ser tempo limite,

Marca que recorde permite,

Acesso à ilusória fama,

Que antecede o esquecimento

E a exclusão.

Numa hora,

Nem dá para viver,

Uma verdadeira ilusão.

Um dia,

Pode ser determinante,

Vago, entediante,

Ignorado de todo,

Ou, simplesmente brilhante.

Pode marcar a História,

Ser registo de uma vitória,

Ou de derrota humilhante.

Num dia,

Tal como num segundo,

Ou num minuto,

Como se fosse um feitiço,

Nasce-se e morre-se,

Quase sem se dar por isso.

Um mês,

Cheio de segundos,

Que não contaram,

De minutos que não passaram,

De dias que se perderam,

É o inicio de qualquer coisa,

O fim de nada,

Ou, simplesmente,

O que assinala,

A nossa chegada.

E ainda temos os anos,

Que pesam,

De cada vez que passam,

Ou que damos pela sua passagem,

Tentando vê-los como se fossem

Uma simples miragem,

Jamais sujeita a qualquer contagem.

Mas quando nos dignamos

Sem medo dos danos,

A tê-los em conta,

Raramente gostamos,

Da direcção para onde,

O resultado aponta.

O tempo,

É o que temos,

É o que escolhemos,

É o que fazemos,

Com ele.

Não sendo pior ou melhor,

Do que uma simples,

Mão cheia de areia,

Que nunca conseguimos,

Manter sem medos,

A nosso belo prazer,

Presa na frágil teia,

Que são os nossos dedos.

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