Um segundo,
É o tempo de um gesto,
De uma palavra,
De um olhar.
Momento breve,
Instantâneo,
Um simples pulsar.
Mas no entanto,
Mais do que suficiente,
Para nos condenar.
Um minuto,
É longo de mais,
Para esperar,
Rápido em demasia,
Para chegar,
E no entanto,
Pode bem nada valer,
E nem por ele se dar.
Perdendo-o
Como tempo de pensar.
Uma hora,
É uma imensidão,
Para quem está de fora,
Ou no meio da multidão.
Pode ser tempo limite,
Marca que recorde permite,
Acesso à ilusória fama,
Que antecede o esquecimento
E a exclusão.
Numa hora,
Nem dá para viver,
Uma verdadeira ilusão.
Um dia,
Pode ser determinante,
Vago, entediante,
Ignorado de todo,
Ou, simplesmente brilhante.
Pode marcar a História,
Ser registo de uma vitória,
Ou de derrota humilhante.
Num dia,
Tal como num segundo,
Ou num minuto,
Como se fosse um feitiço,
Nasce-se e morre-se,
Quase sem se dar por isso.
Um mês,
Cheio de segundos,
Que não contaram,
De minutos que não passaram,
De dias que se perderam,
É o inicio de qualquer coisa,
O fim de nada,
Ou, simplesmente,
O que assinala,
A nossa chegada.
E ainda temos os anos,
Que pesam,
De cada vez que passam,
Ou que damos pela sua passagem,
Tentando vê-los como se fossem
Uma simples miragem,
Jamais sujeita a qualquer contagem.
Mas quando nos dignamos
Sem medo dos danos,
A tê-los em conta,
Raramente gostamos,
Da direcção para onde,
O resultado aponta.
O tempo,
É o que temos,
É o que escolhemos,
É o que fazemos,
Com ele.
Não sendo pior ou melhor,
Do que uma simples,
Mão cheia de areia,
Que nunca conseguimos,
Manter sem medos,
A nosso belo prazer,
Presa na frágil teia,
Que são os nossos dedos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário